A liberdade econômica e cota de tela

Resumo

O artigo em questão tem como objetivo analisar o mecanismo da obrigatoriedade de o empreendedor exibir obras audiovisuais cinematográficas brasileiras, como instrumento de prestígio à cultura nacional, em aparente detrimento da liberdade econômica e livre iniciativa. A análise contará com a exposição da previsão do texto constitucional referida no artigo 170, que preconiza a ordem econômica do Estado Democrático, seguindo-se do exame dos princípios relacionados ao ramo econômico, com reflexão sobre as liberdades postas, ao retrato da compatibilidade e até mesmo da legitimidade constitucional da intervenção estatal, trazendo à baila a compreensão conferida pelo Supremo Tribunal Federal, quanto ao tema da cota de tela, operada pela Medida Provisória de nº. 2.228-1, de 06 de setembro de 2001, que fixou um prazo de vinte anos, contados de 05 de setembro de 2001, a reserva de percentual anual de obras brasileiras cinematográficas e videofonográficas entre seus títulos, obrigando-se a lançá-las comercialmente. Como corolário da efetivação da garantia do pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, o fomento da intervenção estatal tangencia o exercício efetivo de acesso à cultura, até mesmo, porque, ele representa um aspecto transindividual, na medida em que todos detêm o direito, mas com fruição individualizável, afinal, a cultura é experimentada de forma distinta por cada pessoa e, mesmo que não perceptível, a medida vem assegurar a efetividade da promessa do legislador de prestigiar em certa medida a cultura nacional, convivendo o mandamento legal com a liberdade econômica e livre iniciativa. Assim é que o presente trabalho almeja trazer estes apontamentos e a perspectiva da constitucionalidade das medidas adotadas pelo legislador, no intuito de provocar discussões sobre a temática, ainda mais, porque se encontra em trâmite no Poder Legislativo Federal, projeto de lei de semelhante gênese.


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Biografia do Autor

Levi Hülse, Universidade Alto Vale do Rio do Peixe - Uniarp, Caçador-SC

Doutor e Mestre em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí- UNIVALI - SC. Bacharel em Direito pela Fundação Universidade Regional de Blumenau FURB (2010) e graduado em História pela Fundação Universidade Regional de Blumenau FURB (2006). Advogado com a OAB/SC 31.986. Docente  e  pesquisador  dos  Programas  de  Pós-Graduação  em  Desenvolvimento  e  Sociedade  e  Profissional    em   Educação Básica    da    Universidade    Alto   Vale    do    Rio   do    Peixe – UNIARP. Editor da Revista Ponto de Vista Jurídico – UNIARP. E-mail: levi@uniarp.edu.br. https://orcid.org/0000-0002-9974-6325. O autor agradece ao Fundação de Âmparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina através do edital 15/2021, pelo apoio financeiro.

Adriana Pereira Benjamin

Especialista em Metodologia do Ensino da Língua Portuguesa, pela Universidade do Oeste de Santa Catarina (UNOESC). E-mail: adrianabenjamini@hotmail.com. Lattes iD: http://lattes.cnpq.br/3027468442452838

Mônica Aparecida Schramm Frarão

Bacharel em Direito, pela Faculdade Metropolitana de Blumenau (FAMBEBLU). Servidora do Instituto Federal Catarinense (IFC).  E-mail:
mass05@bol.com.br. Lattes iD: http://lattes.cnpq.br/1015942185272133.

Publicado
2023-10-19
Seção
Artigos